Segundo Cleiton Santos Santana, fundador Cotista do Grupo BSO – Brazil Special Opportunities, o hidrogênio verde tem sido apontado para um futuro com menos emissões de carbono, especialmente para setores que consomem muita energia, como as indústrias de aço, cimento e transporte pesado. No entanto, o caminho para sua implementação enfrenta desafios técnicos e econômicos que ainda precisam ser superados. Convidamos você a conhecer mais sobre os principais desafios da adoção do hidrogênio verde nesses setores.
Quais são os desafios do hidrogênio verde na produção de aço?
A produção de aço é uma das indústrias mais poluentes e consome grandes quantidades de carvão para atingir as altas temperaturas necessárias nos processos de fundição. A substituição do carvão pelo hidrogênio verde, uma alternativa que não gera emissões de carbono, é um dos passos rumo à descarbonização dessa indústria. No entanto, o uso de hidrogênio ainda enfrenta dificuldades devido ao alto custo de produção e ao grande volume de energia necessário para que ele seja produzido em larga escala.
Para Cleiton Santos Santana, expert a mais de 20 anos nos setores de Energia, Commodities e Financeiro, há desafios técnicos no processo de adaptação dos altos-fornos para o uso do hidrogênio, que opera de forma diferente do carvão. A mudança exige investimentos em novas tecnologias e adaptações que podem ser demoradas e caras para serem implementadas em larga escala. Contudo, alguns países e empresas já estão realizando testes e pilotando o uso do hidrogênio na produção de aço.
Por que a indústria de cimento enfrenta barreiras para adotar o hidrogênio verde?
Assim como a produção de aço, a indústria de cimento é uma das maiores emissoras de CO₂ no mundo, principalmente devido ao processo de calcinação, que exige calor intenso e libera gases de efeito estufa. A adoção do hidrogênio verde como fonte de energia poderia ajudar a reduzir essas emissões, mas o setor enfrenta obstáculos técnicos e econômicos significativos. O hidrogênio verde é ainda muito caro em comparação com o gás natural e o carvão, que são amplamente usados hoje e muito mais acessíveis economicamente.
Outra dificuldade está na adaptação dos fornos usados na produção do cimento para que possam operar com hidrogênio. Esses fornos precisam suportar temperaturas específicas e o uso do hidrogênio pode requerer ajustes na estrutura e operação. Apesar desses desafios, o setor de cimento continua investindo em pesquisa para viabilizar o uso de alternativas mais limpas que incentivem o desenvolvimento baseado no hidrogênio verde, como considera Cleiton Santos Santana, fundador Cotista do Grupo BSO – Brazil Special Opportunities.
Como o hidrogênio verde pode ser implementado no transporte pesado?
O transporte pesado, incluindo caminhões e embarcações, também enfrenta desafios na transição para o hidrogênio verde. Esse setor depende de veículos que consomem grandes quantidades de combustível e, atualmente, o diesel é a principal fonte de energia para esse tipo de transporte. O hidrogênio verde poderia substituir o diesel, mas a falta de infraestrutura de abastecimento e o custo elevado de produção de hidrogênio limitam essa substituição.
Além disso, como enfatiza Cleiton Santos Santana, há questões relacionadas ao armazenamento e à segurança no uso do hidrogênio em veículos de grande porte. O hidrogênio é altamente inflamável e precisa ser armazenado em tanques especiais, o que aumenta o custo e requer uma infraestrutura específica. A criação dessa infraestrutura é essencial para tornar o hidrogênio uma alternativa viável para o transporte pesado, mas essa adaptação exige tempo e investimentos significativos.
Infraestrutura e inovação: A chave para o sucesso
Em conclusão, embora o hidrogênio verde seja uma solução promissora para reduzir as emissões de setores intensivos em carbono, como aço, cimento e transporte pesado, sua implementação ainda enfrenta desafios significativos. O alto custo de produção, a necessidade de infraestrutura específica e as adaptações técnicas necessárias nas indústrias são obstáculos que precisam ser superados para que o hidrogênio verde se torne uma realidade nesses setores. Assim, é possível que, no futuro, o hidrogênio verde desempenhe um papel importante na construção de uma economia mais sustentável.