Eurípedes Jr, que presidiu PROS e Solidariedade, é o único ainda preso entre os citados na denúncia. Operação Fundo no Poço investiga desvio de mais de R$ 36 milhões.
O Ministério Público Eleitoral denunciou à Justiça o ex-presidente dos partidos PROS e Solidariedade, Eurípedes Gomes de Macedo Júnior, e outras nove pessoas vinculadas aos partidos.
O grupo é suspeito de ter atuado para desviar mais de R$ 36 milhões dos fundos partidário e eleitoral do antigo PROS, incorporado ao Solidariedade em 2023. Eurípedes está preso desde o último dia 15.
Eurípedes Júnior foi o principal alvo da Operação Fundo no Poço. Outras seis pessoas ligadas ao antigo partido ou ao dirigente também chegaram a ser presas, mas já foram liberadas.
Segundo a denúncia, os 10 envolvidos no suposto esquema “agiram em concurso e com unidade de desígnios, com vontade livre e consciente, associando-se, dolosa e conscientemente, em forma de organização criminosa estável, estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que informalmente, com o objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem ilícita, sobretudo por meio da prática de crimes que visavam o desvio e a apropriação de recursos dos Fundos Partidário e Eleitoral”.
“O denunciado Eurípedes Gomes Macedo Junior figura como o líder da organização criminosa, formada por seus familiares e pessoas próximas de sua confiança, gerindo o partido PROS como um bem particular ao auferir enriquecimento ilícito pessoal e familiar por meio de desvio de recursos públicos destinados à atividade político-partidária”, diz o MP.
Segundo a Polícia Federal, Eurípedes Júnior era o chefe do esquema que usava candidaturas laranjas e uma fundação do partido para desviar recursos entre 2022 e 2023.
De acordo com a investigação, o grupo usava empresas de fachada para lavar o dinheiro através da compra de imóveis e do superfaturamento de serviços de consultoria jurídica prestados ao próprio partido.
Em nota, os advogados de Eurípedes Júnior disseram que ele se apresentou voluntariamente à PF e que demonstrará perante a Justiça a sua total inocência em face dos fatos que estão sendo apurados.
Antes de se entregar, Eurípedes Júnior se licenciou da presidência do Solidariedade por tempo indeterminado. Com isso, o deputado federal Paulinho da Força, que ocupava a vice-presidência, voltou a comandar o partido.