Reverter decisões dos TRFs exige preparo técnico e domínio das ferramentas processuais adequadas. Segundo Leonardo Manzan, advogado com ampla experiência em instâncias superiores, a correta utilização das estratégias recursais pode fazer toda a diferença na busca por justiça. Identificar falhas na decisão, explorar fundamentos constitucionais e aplicar precedentes são caminhos eficazes para obter a reforma do julgado e garantir a proteção dos direitos do jurisdicionado.
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Quais são os recursos cabíveis contra decisões dos TRFs?
Os principais mecanismos para reformar decisões dos TRFs são os recursos dirigidos aos tribunais superiores, especialmente o Recurso Especial (REsp) e o Recurso Extraordinário (RE). O primeiro é interposto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), quando há violação a normas infraconstitucionais, enquanto o segundo é direcionado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Ambos exigem a demonstração de repercussão geral ou relevância jurídica, além de atender aos requisitos formais e de admissibilidade.
Outra estratégia relevante é a interposição de embargos de declaração, que permite a correção de omissões, contradições ou obscuridades na decisão. Conforme Leonardo Manzan, esse recurso, embora muitas vezes subestimado, pode esclarecer pontos essenciais do acórdão e servir de base para futuros recursos. Utilizado com precisão, ele pode abrir espaço para discussões mais amplas ou até induzir a modificação do próprio julgamento, especialmente quando há mudança no entendimento dos tribunais.
Como construir uma argumentação jurídica sólida para a reforma da decisão?
A argumentação jurídica deve estar fundamentada em teses bem estruturadas, com base legal, doutrinária e jurisprudencial. É fundamental que o advogado destaque pontos não apreciados pelo tribunal ou demonstre que houve interpretação equivocada da norma. A clareza e a lógica da exposição são elementos determinantes para despertar o interesse do tribunal superior em revisar a decisão proferida pelo TRF. Uma argumentação eficaz não repete fundamentos já rejeitados, mas apresenta novas abordagens jurídicas e fáticas.
Além disso, é importante utilizar precedentes qualificados, como decisões vinculantes ou temas com repercussão geral reconhecida. De acordo com Leonardo Manzan, o uso estratégico de precedentes do STF e do STJ aumenta significativamente as chances de êxito. A correta vinculação entre os fatos do caso concreto e as decisões já pacificadas reforça a tese e mostra ao julgador que há uma divergência que precisa ser corrigida para manter a coerência do sistema jurídico nacional.

Em quais casos é possível utilizar ações autônomas para a reforma da decisão?
Além dos recursos típicos, há hipóteses em que a reforma da decisão dos TRFs pode ser buscada por meio de ações autônomas, como a Ação Rescisória. Essa medida é cabível quando a decisão já transitou em julgado e apresenta vícios específicos, como erro de fato, dolo ou violação literal de dispositivo legal. A Ação Rescisória possui critérios rígidos de admissibilidade e deve ser proposta dentro do prazo de dois anos, contado do trânsito em julgado da decisão impugnada.
Outra via possível é o Habeas Corpus ou o Mandado de Segurança, utilizados para proteger direitos ameaçados por atos judiciais ilegais ou abusivos. Leonardo Manzan ressalta que embora excepcionais, essas ações têm aplicação relevante em casos de evidente ilegalidade ou desrespeito a garantias processuais. São instrumentos eficazes quando não há recurso próprio disponível ou quando o recurso não tem efeito suspensivo e a parte sofre prejuízo imediato com o cumprimento da decisão judicial.
Reformar uma decisão proferida pelos Tribunais Regionais Federais (TRFs) é um desafio que demanda técnica, estratégia e conhecimento profundo das normas processuais. Conforme Leonardo Manzan, o sucesso nesse processo está diretamente ligado à escolha adequada do recurso, à construção de uma argumentação jurídica consistente e ao uso inteligente de precedentes e ações autônomas.
Com o domínio dessas estratégias, é possível aumentar significativamente as chances de obter uma decisão mais justa e alinhada aos preceitos constitucionais e legais. Diante da complexidade do sistema judiciário brasileiro, a atuação estratégica do advogado se torna peça-chave para garantir os direitos dos jurisdicionados.
Autor: Irina Nikitina